sexta-feira, 29 de maio de 2009

Por uma boa acção

Era uma vez uma menina que, não tendo culpa nenhuma de ter uma mãe prostituta e alcoólica, foi recebida de braços abertos por uma família que lhe deu tudo o que é mais importante e que todos devemos dar a uma criança: um lar, um bom ambiente em família, amor, carinho, etc. Durante 4 anos cresceu feliz rodeada de pessoas que só queriam o seu bem mesmo sendo uma família de acolhimento. De repente, sem estar à espera e contra a sua vontade, alguém decidiu retira-la dessa família para ser entregue a uma mãe que nunca olhou para ela como filha. Sofreu um duro golpe que lhe vai provocar traumas para o resto da vida e tudo por causa de erros que a mãe cometeu. Hoje está num país que não é o dela, a falar uma língua que não conhece e rodeada de pessoas que nunca se interessaram por ela.

Mas que justiça é esta? Mais uma vez, esta menina não teve culpa de estar num país onde a justiça é nula. Os tribunais dizem que nestes casos os interesses das crianças estão sempre em primeiro lugar e depois têm decisões como esta. Será que a melhor decisão foi entregar uma menina a uma gaja que é capaz de trocar a filha por uma garrafa de whisky?? São estas injustiças que mostram a verdadeira podridão da nossa justiça.

A Declaração Universal dos Direitos da Criança é bem explícita:

"A criança deve - em todas as circunstâncias - figurar entre os primeiros a receber protecção e auxílio." ... "A criança deve ser protegida contra toda forma de abandono, crueldade e exploração." ... "O interesse superior da criança deverá ser o interesse director daqueles que têm a responsabilidade por sua educação e orientação" ... "A criança necessita de amor e compreensão, para o desenvolvimento pleno e harmonioso de sua personalidade ... num ambiente de afecto e segurança moral e material" ... "A sociedade e as autoridades públicas terão a obrigação de cuidar especialmente do menor abandonado ou daqueles que careçam de meios adequados de subsistência."

Como já é habitual, o juiz limitou a fazer tudo ao contrário. Como é que queremos ser um país forte e visto com bons olhos lá fora quando passamos a vida a cometer erros. Com estes casos (Alexandra, Esmeralda, etc.) só estamos a dar razão aos outros quando somos criticados por não respeitar os direitos humanos.

Eu não sou muito de petições mas desta vez concordo que temos de nos juntar para mostrar que, em vários sectores, a nossa sociedade não presta.
Como pai mas sobretudo como ser humano, já deixei a minha assinatura. Agora és tu!!!


Petição "ALEXANDRA, UMA ONDA DE SOLIDARIEDADE"

1 comentários:

Moinantes disse...

eh pa´... lamento mas tenho de discordar dessa cena...

primeiro, as familias de acolhimento são exactamente isso: acolhimento. e sabem bem ao que vão e ainda recebem um subsidio para ficar com essas crianças. E sobretudo sabem que, a qualquer momento, os pais (mãe ou pai), podemexercer o direito de voltarem a tê-las de volta, se as condições forem favoráveis.

Não discuto que a justiça aja de forma correcta ou incorrecta, mas custa-me sobretudo aquelas levianidades que se dizem que a justiça cega não toma atenção aos supremos interesses da criança.

Não toma? Toma pois... verifica através das assistêntes sociais que reportam as condições do pai ou da mãe a quem a criança foi retirada e nesse parecer, no fundo, avalizam se a têm ou não condições de as receber de volta.

E essa história de que a criança está melhor com a familia de acolhimento do que com a mãe ou com o pai? então e se a mãe ou o pai têm efectivamente condições? como é que ficamos?

E mais ainda... vê bem este exemplo:

a criança do hospital de Penafiel foi raptada com 3 dias de vida. Imagina tu que a criança era resgatada, não ao fim de 1 ano, mas sim ao fim de 6 anos. O que se devia fazer?

De acordo com os superiores interesses da criança, a raptora, que sempre a tratou bem e que lhe deu tudo, nunca a tratou mal e que a criança vê como a sua mãe real, devria ou não ficar com ela?

E deves responder "ah, espera... mas rapto é um crime..."

E o que fizeram os pais da esmeralda? Não desrespeitaram uma ordem do tribunal e desapareceram com a criança por uns poucos de meses?

Se calhar, por este ponto de vista, a coisa até parece um bocado diferente, não é?

Estas coisa, só mesmo quem não tem de as decidir é que consegue dar opiniões gratuítas...

ah, pois é...